Embora quase todo mundo já tenha ouvido a história da origem, existem alguns mistérios em torno da origem do estilo IPA. O que temos certeza é que ele surgiu na Inglaterra, como uma receita modificada das Pale Ale que eles já produziam.
E quem nunca ouviu a história que conta que a IPA foi inventada em 1760, por George Hogdson, um cervejeiro londrino que precisava garantir que suas cervejas chegassem em boas condições na Índia? George teria produzido uma Pale Ale mais forte e aumentado sua carga de lúpulos. A planta tem propriedades bacteriostáticas e ao lado do teor alcoólico mais potente, garantia que a longa viagem fosse concluída, sem contaminação do líquido.
Embora quase todo mundo já tenha ouvido essa história, existem outras versões para a criação da IPA, como a ideia de que ela foi criada por causa do clima indiano, que por ser mais quente, necessitava de uma receita com maior frescor.
No entanto, alguns pesquisadores como o mestre cervejeiro Garrett Oliver, no The Oxford Companion To Beer, e o jornalista britânico Martyn Cornell em pesquisas recentes, destacam que já nos anos de 1711, tanto cervejas Porter como Pale Ale já eram exportadas para a Índia e com êxito. Ou seja, não havia um problema inicial da cerveja estragar no caminho, e por isso não é possível atribuir a criação deste estilo a uma só pessoa, uma vez que os ingleses já sabiam que cervejas mais alcoólicas e lupuladas resistiam melhor às longas viagens.
A cerveja IPA é mais amarga e bastante aromática. Devido ao sucesso que faz entre os cervejeiros, é considerada como uma das cervejas mais populares em todo o mundo. Conseguiu seu espaço no mercado antes dominado pelas cervejas de larga escala, categoria que engloba basicamente a American Lager ou American Light Lager. mas estudos recentes mostram que cervejas sem tanto teor alcóolico e lúpulo já haviam sido exportadas com sucesso.
O estilo IPA é marcado pelo sua alta concentração de lúpulos, o que faz com que seu sabor seja mais puxado para o amargor. Sua graduação alcoólica também é um pouco maior que o normal.
É muito comum a utilização da técnica de "dry hopping" neste estilo, o que consiste em adicionar mais lúpulo ao mosto durante a fase de maturação ou fermentação do mosto. Isso adiciona mais frescor e aroma à cerveja, sem aumentar muito seu amargor.
Alguns dos principais estilos de IPA são:
American IPA: é a versão mais popular desse estilo, apresenta forte amargor e aroma intenso, causado pelos lúpulos americanos;
English IPA: a receita mais antiga, que originou o estilo. Tem um malte mais acentuado do que a American IPA, mas o aroma de lúpulo é mais discreto, apresentando outro perfil aromático. Essa receita tem menos lúpulo e um equilíbrio entre seu amargor e o do malte;
Imperial IPA: conhecida como Double IPA ou Double Pale Ale, é o tipo de IPA mais potente, ou seja com amargor mais acentuado, maiores doses de lúpulo e teor alcoólico elevado;
Session IPA: com baixo teor alcoólico, mas com características lupuladas bem presentes e com maior teor alcoólico. São cervejas produzidas para obter o máximo de aroma, com o mínimo de amargor.
Belgian IPA: é considerada como uma cerveja híbrida, pois foi criada pelos americanos, mas com parte do padrão belga na produção. Assim, temos uma cerveja com base no estilo belga, mas com amargor e aroma obtidos por meio de lúpulos americanos.
Black IPA: a India Black Ale são mais escuras, por causa do malte tostado, notas que remetem a chocolate, café, caramelo ou frutas cítricas. Além de um amargor bem presente;
Red IPA: tem características únicas, como uma coloração rubi, maltes de uma American Lamber Ale, responsáveis pelo amargor, e notas de caramelo.
White IPA: conhecida também como wit IPA. Essa cerveja tem a base de uma witbier, leve adição de lúpulo, característica das cervejas IPAs. Além de ser mais claras, elementos como laranja e coentro podem ser notados no aroma, o que inibe um pouco o lúpulo.
De forma geral a IPA é uma cerveja bem lupulada, encorpada e marcante, embora, como já vimos, existem vários estilos diferentes.